Título: Entre Rezas & Romarias - Piedade Popular e Prática Pastoral
Autor: José da Silva Lima
Editor: Universidade Católica Editora
Ano: 2011
SINOPSE
Embora os crentes acendam velas e façam voltas a capelas, a sua piedade mudou de campo, apesar de continuar a aparecer na cena mais nobre dos media com o mesmo vislumbre. Vive-se num mundo novo, repleto de novas ferramentas que os crentes teimam em utilizar. A novidade vai dando a mão ao mais antigo e teima em fazer a notícia. A liberdade é mais um valor do momento e os ritos fabricam outras plataformas. Usam-se as fotos como se de nipónicos se tratasse e as câmaras de vídeo registam para os defuntos o que será visto em outra vida. Muitas crenças se promovem e facilmente ganham espectadores que fazem de mirones.
O virtual promove e amplia. A cultura é mais de power-points e de blogs na esfera virtual, mas o que se vive vai depressa para um outro planeta e entra em casa do amigo em tempo real. O tempo é de muita velocidade. O mocho nem tem tempo de piar, nem a jaculatória tempo de ser pronunciada. As rezas são ditas mais depressa e as romarias demoram, talvez, o mesmo tempo. No visor vestem-se de mais cores e a sensação dá mais vigor à lide. O Espírito Santo contenta-se com o latente e os Santos potenciam a felicidade. No palco de toda esta encenação há muita luz, flores e grande fervor.
Há muitos caminhos percorridos e muitos mais a percorrer. Mesmo a pé, a procissão de velas terá mais devotos e repetidas ave marias. As guirlandas e os altifalantes farão parte da festa e não haverá cansaço ao amanhecer. Dos anos que passaram falam os doutos e os pregadores. Em Puebla e em Roma houve doutrina. Paulo VI benzeu com um hissope de bom discernimento. Cantamos as modas mais antigas, mas damos um pulinho ao mais moderno. Nunca esquecemos a metáfora que devolve o que tinha saído da memória da gente na Piedade Popular.